15 de nov. de 2010

De casa para a vida.

Deitada no quarto com os olhos esbugalhados, ela chorou.Chorou até soluçar.
Era a vida que havia batido na sua porta.
Cada lágrima doce e sincera que escorria, lamentava por não ser diferente,por não ser racional,lamentava não corresponder ás expectativas dos outros.
Pediu aos céus força e coragem,mas ninguém respondeu.Chorou mais quando viu que ninguém á escutava.
Então não disse mais nada,porém uma vontade súbita e inconsciente á fez GRITAR!
Gritou tão alto que foi capaz de acordar todos os sonos mais profundos.
Gritou até perder a voz e então chorou mais, porque não poderia mais compartilhar sua dor com ninguém.
Dentro dela doía uma dorzinha feito essas de corte pequeno,essas que não param nunca de sangrar e sangram pouquinho.
Chorou!
Sua cabeça agora batia panelas e estava sendo esmagada pelas paredes do quarto.
Começava a perder o ar,a cabeça pesando,o medo por estar sozinha,a vontade de gritar.
Muita emoção e pouco espaço.
Arrumou a mochila com o básico,o suficiente.
deixou um bilhete pra mãe e foi respirar..outros ares.
As notícias que correm é que hoje ela consegue respirar e já recuperou a voz.